sexta-feira, 25 de agosto de 2017

ANTONIO NORBERTO DOS SANTOS-CEL. PMMG Membro Fundador da Academia de Letras João Guimarães Rosa-PMMG-Cadeira 10 Falecimento em Abaeté:25/AGO/2017



Cel.ANTÔNIO NORBERTO DOS SANTOS FALECEU DIA DO SOLDADO-2017
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Noneto-Poético-Teatral Nº 78-Soneto nº 6.572
Por Sílvia Araújo Motta/BH/MG/Brasil (*)
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Mais um Soldado cumpre seu papel!
O Coronel Norberto, com certeza,
por bel-prazer, a todos foi fiel,
plantou amor e fé, mostrou firmeza.
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Noventa e oito anos, num painel
expôs justiça e em atos, quis clareza;
ele tirou as TROPAS do quartel!
A sua morte trouxe em nós tristeza.
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Seu "Vade-Mécum" é uma obra rara. (1961)
"POLICIAMENTO" é uma fonte, sim:
_Sabedoria e Paz ! Formou Seara!
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A natureza pôs ipês...floriu!
Inerte, o corpo foi levado, enfim:
_Que linda estrada. só o cortejo viu.
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Belo Horizonte, 27 de agosto de 2017.
http://www.recantodasletras.com.br/sonetos/6096843
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(*)Soneto-Clássico-sáfico- heroico; com sílabas fortes na 4ª, 6ª, 8ª; e 10ª sílabas - Rimas: ABAB, ABAB, CDC, CDC; Noneto com 9 solos: jogral-teatral-toante-cantante-poético: CORO:Rimas: AACEE-somente uma voz com apenas 5 instrumentos musicais . SOLOS: Rimas: BAB-BAB-DC-D-9 vozes acompanhadas por solos de instrumentos musicais. (Noneto musical criado por Villa Lobos). (Noneto poético recriado por Silvia Araújo Motta). Mensagem conclusiva no 14º Verso( Último do segundo terceto).
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https://academiadeletrasdobrasildeminasgerais.blogspot.com.br/2017/08/antonio-norberto-dos-santos-cel-pmmg.html
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Assunto: Encantamento do Cel. Norberto
Caros confrades e confreiras,
Dizia nosso Patrono-Príncipe – Cap.Méd. João Guimarães Rosa – que as pessoas não morrem. Encantam-se.
Encantou-se no Dia do Soldado o Acadêmico Efetivo-Fundador deste Sodalício: Cel. Antônio Norberto dos Santos – Soldado-Escritor que revolucionou a Polícia Militar na década de 50, quando preconizou e realizou o retorno da Polícia de Patrulha na capital mineira. Depois, entregou-nos o fabuloso livro POLICIAMENTO, que se tornou o guia do Policial-Militar por algumas gerações.
Lider autêntico! Firme e ágil, mas generoso. Escutava muito e falava pouco, mas quando o fazia, direcionava, entusiasmava e empolgava.
Encantou-se um Homem de Bem!
Estive, acompanhado de Sílvia, no velório da manhã de hoje, em Abaeté. Lá se encontrava nosso confrade Cel. Lúcio Emílio e esposa Celeste. O Cmt. da Cia local – Cap. Luciano e inúmeros componentes de sua subunidade velavam o corpo de fabuloso soldado. Reformados da PM – Cel. Nunes, representante da UMMG – e a sociedade local compareceram na despedida do Pax Santana. Na saída do corpo, às 12h00, para a cremação em Contagem, o corneteiro do 7º BPM, com os militares perfilados e os civis em postura de reverência, executou o Toque de Silêncio. Sentimos o voo da Alma de nosso companheiro rumo à Pátria Espiritual.
A cremação ocorreu às 17h30 em Contagem. Os Confrades Cel. Euro e TC José Marinho, e o Cel. Paulo Mansur recepcionaram o corpo no Parque Renascer. Vagou a Cadeira Areopagítica nº 10 – tutelada pelo grande Cel. Santos Ferreira Cavalcanti. O Cel. Norberto soube honrá-la, assim como enobreceu nossa Academia e a Força Pública Mineira.
Saudações Rosianas,

Klinger Sobreira de Almeida – Cel. PM Ref.
Presidente ALJGR/PMMG
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CIDADÃO-SOLDADO DE ESCOL

Klinger Sobreira de Almeida – Cel. Ref.*

O jovem, criado na Fazenda das Andorinhas, em sua querida Abaeté, um dia despediu-se do canto dos pássaros e, saudoso, ingressou no Seminário de Diamantina. Pleno de religiosidade e conhecimento avançado, a “voz do coração” mostrou-lhe o destino correto: Força Pública Mineira. Ingressou como soldado em 1939. Alçou todos os patamares da carreira e chegou a coronel; transferiu-se para a reserva como Chefe do Estado-Maior, em janeiro de 1968.
ANTÔNIO NORBERTO DOS SANTOS – 13Maio1919→25Agosto2017– cresceu na corporação como homem de tropa. “Fez Polícia” no interior e na capital. Vivenciou, na prática e na teoria, Polícia de Patrulha e Polícia Judiciária. Estudioso, pesquisava, lia, escrevia e orientava.
Na década de 50, teve oportunidade de conviver com o aquartelamento de nossa tropa na capital (apenas, Guarda de prédios públicos, cadeias e presídios, além dos exercícios militares de combate). O patrulhamento, a pé e motorizado, desenvolvido tão somente pela Guarda-Civil.  Enquanto isso, o crime expandia, e a população clamava.
A voz do então Cap. Norberto, serena e firme, ecoou: – lugar do policial-militar é nas ruas, na contenção do crime para proporcionar tranquilidade à população. Essa ousadia, contrariando a mentalidade reinante na caserna, trouxe-lhe dissabores, mas ele se manteve coerente em pensamento e postura.
O comando da época, no seio do clamor popular por segurança, entregou-lhe a missão de suplementar a Guarda-Civil no patrulhamento da capital. 1955: o 5º BI confiou-lhe uma Companhia de Fuzileiros. Ele, selecionando tenentes, sargentos, cabos e soldados, treinou-a, transformando-a em Cia. de Policiamento Ostensivo-CPO. Lançou-a às ruas em áreas críticas, num novo modelo de patrulhamento. As Duplas de Cosme e Damião, sob os aplausos da população belo-horizontina, emergiram.
A ousadia inteligente de Norberto obtivera êxito. A Polícia Militar despertou para a realidade. Criou-se, em nível de Alto-Comando, a Superintendência do Policiamento Militar Ostensivo e o 5º BI foi, integralmente, empregado no policiamento, recebendo a denominação de 5º BPO – Batalhão de Policiamento Ostensivo. Daí, a evolução, com a criação das Patrulhas Volantes – em patrulhamento radiomotorizado, ao lado das radiopatrulhas da Guarda-Civil.  Norberto fora o pioneiro.
Promovido a Major e classificado no 3º BI, em Diamantina, Norberto – autêntica enciclopédia policial e conhecedor de nossas carências em fontes de consulta – produziu o “vade-mécum” policial – POLICIAMENTO, 523 páginas – aprovado pelo Comando-Geral em  abril/1961 e editado  em janeiro/1962.  Essa obra profissional constituiu a redenção daquela geração de PMs, e adentrou, como guia único, nas décadas seguintes.
Em 1962, o 6º BI atravessava uma crise disciplinar e de imagem (diversos policiais envolvidos em crime de “pistolagem”). O então Major Norberto foi nomeado comandante da unidade sediada na Princesa do Vale do Rio Doce. Convidou-me e a diversos outros oficiais para compor a nova equipe. Tive o privilégio de conhecer, em convívio direto, um chefe que foi nosso professor e mestre na arte de liderar.
O comandante Norberto, mesmo nas horas de terríveis tribulações, era um líder prudente e sereno, mas firme nos direcionamentos. Dava-nos o “rumo norte” sem hesitar. Não tergiversava. Elevou o grande 6º BI – 114 destacamentos, de Salto da Divisa, nordeste mineiro, até Barão de Cocais, nos limites de BH – a um estágio de disciplina, eficiência profissional e coesão invejáveis. Aliado ao Delegado de Capturas, o saudoso Cel. Pedro, limpou a mancha de “celeiro de pistoleiros” que pesava sobre a unidade.
Em setembro de 1962, por ocasião das eleições legislativas e municipais, que colocavam as cidades do Vale do Rio Doce em “pé-de-guerra” na luta entre os “Corta-Goela” e “Pica-Pau”, o Maj. Norberto foi designado Delegado Especial de Policia –  Supervisor Eleitoral – em toda a região. Novamente convocado, acompanhei-o em diligências, contatos com juízes eleitorais, preleções a candidatos e missões específicas. Impressionava-me sua maneira de enfrentar problemas espinhosos e pacificar partes em conflito. Era um guardião da paz.
Em verdade, jovem 2º tenente, aos 21 anos, a vida me proporcionava lições de um inigualável mestre. Aprendizado prático que condicionaria minha carreira.
Após o labor no Vale do Rio Doce, promovido a tenente-coronel, Norberto comandou o 8º BPM, em Lavras. Alcançando o último posto da carreira, assumiu um patamar – Diretor de Policiamento Militar – que lhe permitiu uma atuação direta, altamente benfazeja de todo o policiamento do Estado. Encerrou a missão como Chefe do Estado-Maior, legando-nos uma trajetória de exemplos: probidade, lhaneza, coragem e assertividade nas ações...
De seu longo e profundo texto de apresentação do livro POLICIAMENTO, ao nosso soldado, extraio alguns pontos que o definem como ser humano e exímio profissional:
Em contato permanente com o povo, paralelamente às atribuições de vigilância e prevenção, poderá o policial atender aos apelos de seu coração generoso: animando os enfermos, socorrendo os feridos, consolando os aflitos, orientando os inexperientes, aconselhando os desajustados...”
“Nenhuma outra pessoa no mundo tem mais ensejo de praticar a sublime virtude da caridade; e o policial que entende sua profissão e assim procede, torna-se estimado e respeitado pelos cidadãos...”
“Ninguém queira macular a sublimidade da profissão policial entre os homens. Seu exercício é verdadeiro sacerdócio...” 
“É preciso que seja forte de espírito e não se deixe vencer pelas vicissitudes da vida. Abraçou uma carreira que exige desprendimento e abnegação; não poderá por isso cultivar a ganância, a ambição desenfreada dos bens e prazeres materiais...”
“Todas as qualidades do bom policial se resumem em duas: competência e dignidade.”
NORBERTO – Cidadão-Soldado de Escol – preconizava, pregou, ensinou e praticou uma polícia profissional, guardiã da sociedade... Isenta de violência e corrupção.
Na reserva, mesmo retornando ao berço natal – Abaeté – continuou cidadão prestante e produtivo, sempre atencioso às convocações dos camaradas da ativa, sempre atuando em prol da comunidade, conforme testemunho, em seu velório, por parte de um velho empresário, que fez uso da palavra.
Em 1995, ao lado de 11 companheiros, fundou a Academia de Letras João Guimarães Rosa/PMMG, à qual emprestava o brilho de sua participação. 
Às 12h00, de 26 do corrente, o caixão, contendo seu corpo inanimado,  embarcava no carro-funerário, ao som do Toque de Silêncio, com a continência de companheiros perfilados e a reverência da sociedade abaeteense, rumo ao crematório. E sua Alma, cumprida a missão terrena, voava rumo à Pátria Espiritual.

Nota: O Cel. Antônio Norberto dos Santos assinalou uma época gloriosa na trajetória evolutiva da PMMG. Seu nome permanecerá insculpido no Panteão da Força Pública como um de seus Titãs. Estas páginas são apenas um pálido testemunho de uma travessia profissional que, certamente, será relatada com maior riqueza de detalhes por historiadores abalizados.

*Presidente e Membro Efetivo-Fundador da Academia de Letras João Guimarães Rosa/PMMG.


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ANTONIO NORBERTO DOS SANTOS-CEL. PMMG
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Membro Fundador da Academia de Letras
João Guimarães Rosa-PMMG-Cadeira 10
Falecimento no HPM-BH:25/AGO/2017.
Velório em Abaeté-Minas Gerais
Cremação: BETIM/MG            
Descanse em Paz!      
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Homenagem-acróstica nº 6479
Por Sílvia Araújo Motta/BH/MG/Brasil
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A-Antônio Norberto dos Santos, Cel PM
N-Nascido em Abaeté-Minas Gerais, aos
T-Treze/05/1919-Seminarista em Diamantina.
O-Os pais: Norberto G. S. e Maria Carolina.
N-Na Fazenda das Andorinhas recordações de
I-Inúmeras realizações na Profissão Militar:
O-O Soldado, Cabo, Sargento, 2º e 1º Tenente
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N-Nomeado por Merecimento; Capitão, Major;
O-O Tenente-Coronel posto por antiguidade;
R-Recebeu o posto de Coronel, por Merecimento;
B-Bem aceita a dupla "Cosme e Damião"PM que criou.
E-Era benquisto. Foi transferido para a Reserva
R-Remunerada, dia dez de janeiro de 1968.
T-Tem os títulos de Cidadão Honorário em Lavras
O-Oferecido também pela Câmara Municipal de BH.
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D-Dos Batalhões que serviu: 1º, 3º, 5º, 6º, 8º, 9º;
O-O 10º de Muzambinho/MG, extinto, por razões normais.
S-Sempre atuante Comandante de Companhia Policial,
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S-SubComandante de Batalhão e Comandante de Batalhão.
A-Assumiu várias Comissões: Delegado Especial de Polícia
N-Nas cidades de Cássia, Aimorés, Mutum, Virgolândia,
T-Também em Congonhas/MG, Supervisor do Vale do Rio Doce.
O-Os Troféus e Condecorações guardam muitas emoções.
S-Seu livro "Policiamento", 1961, tem Instrução Policial Básica.
Belo Horizonte, quarta-feira, 19 de julho de 2017.
http://www.recantodasletras.com.br/acrosticos/6059434

https://academiadeletrasdobrasildeminasgerais.blogspot.com.br/2017/08/antonio-norberto-dos-santos-cel-pmmg.html

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Ver Cel. Norberto em nossa Academia de Letras João Guimarães Rosa da PMMG

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2 comentários:

  1. Eu amava meu sogro! Era um pai que eu tive. Me lembro quando ele perguntava para meu marido carinhosamente por mim: "E a madame? Como vai?".

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  2. Eu amava meu sogro! Era um pai que eu tive. Me lembro quando ele perguntava para meu marido carinhosamente por mim: "E a madame? Como vai?".

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