sábado, 5 de agosto de 2017

Reunião da ALJGR-PMMG-dia 5 de agosto de 2017


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HOMENAGEM AOS
ACADÊMICOS MILITARES MINEIROS
Por Sílvia Araújo Motta
25 de agosto de 2017
PARABÉNS A TODOS OS SOLDADOS IMORTAIS! 
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UM TRIBUTO AOS POLICIAIS

Quando erram,  nós não o perdoamos, somos frequentemente,  implacáveis com eles, até que, num fim de  semana trágico, vislumbramos o que seria de nós sem a POLÍCIA. Aos mortos, e aos vivos, o FANTÁSTICO faz um TRIBUTO.

Eles são a linha de  frente da democracia. Para além de manter a ordem, sua função é garantir nossa liberdade. Há coisas que consideramos certas, como o ar que se respira, e que só valorizamos  quando as perdemos: como a saúde, a liberdade, a vida.
É fácil criticá-los.
São eles que morrem por nós. Num fim de semana trágico, trinta e cinco se foram... Dia da Mães, dia do  enterro dos filhos; Policiais Civis...
Militares...
Um Bombeiro!
O nome oficial é Agente do Estado, mas desde crianças, aprendemos
a chamá-lo de “seu Guarda”. Guardam. Vivem e Morrem para nos guardar. Quem sabe, esta tragédia  não será oportunidade,  que nos faltava para refletir sobre esses homens e mulheres, que por tão pouco soldo, protegem algo muito frágil, delicado: a construção do BRASIL. Sua principal arma não é de fogo, nem branca, é Letra, Palavra: o Nome de LEI.
(Editorial do FANTÁSTICO, NARRADO PELO JORNALISTA PEDRO BIAL,  aos 14 DE MAIO DE 2006 na Rede Globo de Televisão.)

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JOÃO GUIMARÃES ROSA

Soneto sáfico-heroico Nº 6503

Por Sílvia Araújo Motta/BH/MG

Nova Estação; é bom poder saber desta vitória em luta por valor, cada dia, cultura vê crescer: -Planos e ações cultivam puro amor.

Um grupo planta, cuida e vem colher... Frutos mineiros trazem bom sabor! Minas Gerais convida quem quiser; Guimarães Rosa  e espanta a dor:

E vale a pena a rede em cada ação, integração de TODOS para o Bem que dá um exemplo forte pra Nação.

O Ser tem metas que transformam vidas!
Com liberdade entoa Hino: Amém!
Ações maduras devem ser colhidas!


VAMOS PENSAR UM POUCO:
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Horizontes são infindos...
Arte mostra gente capaz,
Letras tem temas bem-vindos,
Pela  busca, cultura  traz PAZ em luz transcendente... Amor  universal, ação  refaz, Zelo  ao  meio  ambiente.

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A MARCHA DO ANJO


Por Flávio Santiago

(Homenagem a todos os policiais militares que defendem a sociedade, mesmo com o sacrifício da própria vida. Hoje, em especial, ao 
Cabo Marcos Marques.)

Levanta o sol ainda dorme veste a farda armadura marrom coturnos engraxados
devagar se apronta vê o filho, a filha a esposa em tenros momentos observa a família Passa um filme na cabeça sai de casa, café magro passos largos, retos, marciais olhar esguio atenção redobrada
Inicia o trabalho Patrulha, resolve media conflitos na chuva, no sol no cansaço, na poeira na alegria, na tristeza na pobreza e na riqueza Margeia os rincões os porões de lanterna e de colete na lama, na fama no apogeu e na berlinda cumpre a lei faz cumprir busca a paz e a retidão de atitudes descasca o pé no fio da navalha que caminha dois homens de capa preta o assustam no caminho Continua Labuta, enfrenta sob o manto da proteção Contra o tempo e a negação Não deixa ninguém na mão inclusive, a estende ao negro, ao índio ao branco, ao homem a mulher, a criança Que vê na sua farda um sonho
de infância, de proteção, de confiança doze horas se passaram mãos calejadas batalha vencida consciência limpa, mas, repleta de tantas lamúrias encontradas Volta pra casa agradece a chegada aprendeu a agradecer pois as lutas travadas podem inibi-lo ao retorno daqueles que um dia aprenderam a aliviar o sofrimento deste que não enriquece Ao menos do material mas no espiritual transborda Dorme ou tenta dormir outro dia se inicia outra batalha a ser vencida Trinta anos sem natais Trinta anos sem carnavais Trinta anos.

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HOMENAGEM AOS PAIS

TROVAS de Sílvia Araújo Motta

1-Pai, recordo os teus conselhos de quando era pequenina; Sentada nos teus joelhos:
_Belos tempos de menina.

2-Meu Pai Sílvio já dizia,
Desde a minha tenra idade: _Se quiser ter alegria, cultiva amor e amizade.
 
Parabéns a todos os Pais Militares  aqui presentes, Reunião da ALJGR/PMMG.
Belo Horizonte, agosto de 2017.

“Quem tem uma MÃE, tem tudo,” diz a Mãe ao filho amado; o PAI, ouve e pensa... mudo: _Quem não tem PAI?-Não tem nada!

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Rastreando a Verdade (XLIII)

LIÇÃO DE HEROÍSMO!...

Em alentada reportagem – Estado de Minas, 17Jul, 2ª feira, p. 13/14 – repórteres narram o terror que os “Novos Jagunços”           vêm       trazendo             às cidades mineiras. 
A reportagem pelo seu conteúdo investigativo/informativo merece ser lida e refletida. Todavia, chamou-me a atenção um pequeno trecho relativo à recente ação da bandidagem em Santa Margarida/MG, que transcrevo em negrito:  “...As imagens do assalto, com reféns na carroceria de uma camionete – o que levou o PM morto a não revidar os disparos – viralizaram nas redes
sociais.
O fato traz-me relembranças do início da carreira policial, idos de 60, quando tive mestres da envergadura dos coronéis Norberto, Pedro Ferreira, Leite Barbosa, Aderbal... 
Com eles, aprendemos, na teoria e na prática, que o policial, além de conhecedor da profissão na profundidade de suas técnicas, tem de ser corajoso e supremo no enfrentamento. E internalizamos: o policial, no seu mister – o perigo sempre rondando! – é um ser dativo. Sim, dativo na plenitude, pois a profissão condicionao, nas circunstâncias críticas, a doar a própria vida em defesa de outrem.
O autêntico e lídimo policial – o profissional do “fazer polícia” – sabe enfrentar o bandido. Conhece as técnicas e as táticas de abordagem. Nada o faz recuar, quando em defesa da comunidade sob sua proteção.  Porém, nos entreveros, ele está sempre atento às cautelas que lhe ensinam os manuais, produtos da experiência secular dos mestres: 
(1) não se revida tiros de bandidos no meio do povo, pois o fogo cruzado torna-se um perigo para os circunstantes e, via de regra, penaliza o inocente; (2) não se atira, quando há possibilidade de atingir um refém; a vida deste é sua responsabilidade.
Os vídeos da ação criminosa de Santa Margarida mostram, com uma clareza meridiana, que o cabo Marcos, armado de fuzil automático, surgiu de inopino, e poderia ter fuzilado os bandidos da carroceria. 
Porém!...            Sua        percepção instantânea fez emergir “a barreira humana”. Se atirasse, o refém seria morto. Sua decisão, segundo o protocolo policial, foi correta: absteve-se de acionar sua arma (certamente, em fração de segundos, teve a percepção da morte em cumprimento do dever).
O cabo Marcos, agora sargento, ao abrir mão da própria vida para não matar um ou mais reféns, cumpriu o juramento que fizera perante a Bandeira Nacional ao ingressar na PMMG. E mais: ratificou, num heroísmo vivo, as lições que apreendera na caserna tão vilipendiada por difamações dos vendilhões da pátria.
Cabe, pois, nesta breve reflexão, fechá-la parafraseando o final da Oração com que o Cap. Méd. Guimarães Rosa, em Mai1933, no quartel do 9º, saudou os mortos               do          Túnel    da           Mantiqueira: “Porque os soldados da Força Pública mineira         vivem   para       a             defesa da sociedade, morrem por ela e, depois disso, ainda são conclamados para lembrar aos camaradas sobreviventes a viver protegendo a sociedade e, como se deve, quando necessário, doar sua vida para salvar o próximo.” 
SALVE, ó             Sargento             Marcos Marques da Silva! Você não foi o primeiro nem será o último miliciano a tombar no cumprimento do dever. Você ingressou na falange dos heróis sob o comando do imortal Alferes Tiradentes! 

Klinger Sobreira de Almeida Cel. PM Ref.
Presidente ALJGR/PMMG
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Presidente ALJGR/PMMG

BOMBEIRO MILITAR
Soneto Clássico-Sáfico-Heróico  Nº
2940 com divisão, do Verso
Tradicional Sonoro na 4ª ; 6ª,
8ª  e  10ª  sílabas. Decassílabo
Rimado: ABAB,ABAB,CDC, EDE.
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Por Sílvia Araújo
Motta/BH/MG/Brasil
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Todos os carros vão deixar passar... Bombeiro liga o som e pede espaço; triste sirene toca sem parar; qualquer chamado não prevê cansaço;
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Leva uma equipe pronta para dar toda a atenção sem esperar abraço, enfrenta o fogo, leva paz ao lar, cultiva a vida pobre ou do ricaço.
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Com fé suplica e chora a mãe aflita! Bravo soldado vai na escura chama, encontra o jovem vivo que lhe grita...
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Veste coragem, dá o amor à dor, da mão queimada, hoje não reclama... Missão cumprida, mostra seu valor. Belo Horizonte, 21 de abril de 2010 http://www.recantodasletras.com m.br/acrosticos/2210030 ]

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DIA NACIONAL DO
BOMBEIRO MILITAR-     
2 de julho

Acróstico-biográfico Nº 601
Por Sílvia Araújo Motta(*)

D-Dia QUATRO de JULHO, justa solenidade,
I-Inesquecível, presidida pelo
Sr.Governador, A-Aos Bombeiro-Militar, no Palácio da Liberdade.
N-Na Assembléia Legislativa de
Minas Gerais,
A-A Emenda Constitucional Nº 39 de 1999,
C-Com marcante promulgação aos dois de junho, I-Introduziu novas Competências e Informatização!
O-O 1º Comandante-Geral do
Corpo de Bombeiros Militar
N-Nomeado: o Coronel BM, José
Maria Gomes;
A-(Ato solene do Governador
Itamar Cautiero Franco) L-Líder empossado aos 12 de junho de 1999. D-Dia Nacional do Bombeiro Militar! Parabéns!
O-O Bombeiro-Mineiro tem histórico de Ago/1911. B-Bombeiro! Da Vida é um Anjo Guardador! O-O seu trabalho é de Busca e Salvamento! M-Modernos Grupamentos espalham Amor! B-Boa Vontade traz no mais puro sentimento! E-Executa Ações de Defesa Civil, com louvor! I-Irradia Paz e Conforto ao mínimo lamento, R-Rompe Corajoso nas
Prevenções e Perícias O-Orgulho do Brasil, Salva-Vida todo momento. M-Muitas Leis, Decretos em novas legislações...
I-Incêndio exigem Comandos de Competência!
L-Ligados à “Força Pública”, diversos Batalhões, I-Integrações, reintegrações buscam eficiência. T-Todo Bombeiro-Militar tem Fé e invocações!
A-Aos Bombeiros Masculinos e
Femininos, R-Reiteramos aplausos de pé e ao Sistema de Resgate. Belo Horizonte, Minas Gerais,  12 de junho de  2006. 

http://www.recantodasletras.co m.br/acrosticos/183626


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MARECHAL LUIZ ALVES DE LIMA E SILVADUQUE DE CAXIAS-DIA
DO SOLDADO               
25 DE AGOSTO
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Acróstico-informativo- nº
4557
Por Sílvia Araújo
Motta/BH/MG/Brasil
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M-Marechal-Patrono do
Exército Brasileiro, A-Memorial na História:          
{O Pacificador} R-Recompôs a coesão e a unidade da Pátria, E-Enfrentou desafios, com esperança e amor, C-Conseguiu restabelecer o império da Ordem, H-Homem de valor, o maior entre os Soldados, A-Ao conduzir Armas
Nacionais em Batalhas, L-Lutou pela consolidação da Independência!
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L-Luiz Alves de Lima e Silva-
Duque de Caxias,
U-Um filho do Marechal
Francisco Lima e Silva,
I-Inesquecível mãe D. Maria
C. Oliveira Belo, Z-Zelosa, desde o nascimento, na Fazenda/SP...
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A-Aos 25-8-1803, hoje,Parque Histórico Duque de Caxias L-Localizado no Município Duque de Caxias-Rio de Janeiro. V-Vale ressaltar que muito cedo, Caxias ingressou no E-Exército e cursou a
ACADEMIA REAL MILITAR.
S-Senador, em 1845; Ministro da Defesa (1855-e1862).
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D-Diante do fogo inimigo, na Ponte do Itororó, o Brasil não o
E-Esquecerá jamais:{Quem for BRASILEIRO, siga-me}
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L-Líder de confiança do
Imperador D. Pedro II, teve
I-Importante papel na História da Humanidade! M-Marcante ação pacificadora, grandioso na simplicidade! A-Atitudes de respeito à Dignidade Humana, capacidade
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E-Estratégica vitoriosa nos nossos Campos de Batalha.
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S-Sem humilhar os vencidos, buscava a conciliação. I-Iluminado em Praças nos
Estados do Brasil, seu busto, L-Localizado, acima dos olhos do povo, deixa na lição: V-Virtudes morais, militares, cívicas, pacificadoras... A-As homenagens ao Duque de Caxias crescem a cada dia!
-IMORTAL DUQUE DE CAXIAS! Belo Horizonte, Minas Gerais, 7 de setembro de 2012.
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ACADEMIA DE LETRAS
JOÃO GUIMARÃES ROSA
DA PMMG

Acróstico-histórico nº 6502

Por Sílvia Araújo Motta

A-”ARMA VIRUMQUE CANO”
C-Comando-Geral, no Emblema
A-Acadêmico, preceito ufano,
D-De Públio Virgílio, no poema
E-”Eneida” - no âmago arcano,
M-Militar-Policial e Humano, I-Ilustra-o Cícero, a cantar o Lema
A-Ao exortar à batalha: in “Cano”. D-Da Academia de Letras JGR, os louvores:
E-E os méritos aos  seus idealizadores . L-Lógica –Literária, Cultural
E-Expressa o respeito e valorização
T-Temporal e transcendental,
R-Regozijando a ilustre geração A-Anterior e descendente atual,
S-Saga histórica, aplaude a ação.

J-Jubilosos, são onze os Fundadores! O-Os 60 Patronos, bem escolhidos!
A-Acadêmicos, Presidentes, Diretores, O-Objetivos e posses, anais registrados.
G-Guimarães Rosa, nascido no interior,
U-Um Diplomata, Pós-Modernista
Mineiro,
I-Ilustre Ministro, Universal Escritor,
M-Médico-Capitão, Acadêmico
Brasileiro.
A-A sua invenção de palavras impôs, R-Recriou, reforçou a Regional.
A-A linguagem do Sertanejo compôs.
E-E hoje, o internacional autor, S-Saudado, por seu imenso valor. R-Realçada pelos valores da Militar Polícia:
O-Os relevantes serviços prestados à   Nação.
S-Saúdo os Acadêmicos, com entusiasmo e alegria, A-Aqui, hoje e sempre, prontos à integração.
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Belo Horizonte, 28 de julho de 2017 




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SOLDADO QUE MORRE 
EM COMBATE
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Acróstico-poético nº 4496

Por Sílvia Araújo Motta-BH/MG/Brasil
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S-Soldado morto em combate, 
O-O teu exemplo é imenso, imortal! 
L-Lutaste pela nacionalidade e
D-Defesa que na glória destacaste
A-A força de enfrentar até o final; 
D-Dos teus ideais de Unidade, 
O-O teu sangue tem o brilho universal.
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Q-Quando nada mais restava à vida...
U-Uma LUZ interior foi mais forte...
E-E terminaste tua Missão de valor!
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M-Maior disciplina deu-te a coragem,
O-O caminho da busca da maior vitória;
R-Renunciaste a omissão diante da dor, 
R-Revelada em cada ação e mensagem 
E-Enviada aos familiares e superiores.
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E-És o grande símbolo da obediência
M-Mostrada ao Toque das Cornetas,
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C-Com sons de liberdade, paz e vida... 
O-O HOMEM de GUERRA é NOBRE!
M-Maior que a autoridade terrestre,
B-Bendiz o poder do Supremo Criador,
A-Ao cumprimento do maior
Mandamento,
T-Transcendente que leva ao AMOR E-Eterna doação que a humanidade entende.
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Belo Horizonte, domingo, 1º de julho de 2012.

http://www.recantodasletras.com.br/acr osticos/3754841






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HOMENAGEM DE UM FILHO 
MILITAR  AO SEU PAI
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Pai que da labuta incessante retira o sustento da família Pai de olhar sofrido e rosto cansado
Que mesmo assim vai trabalhar, Sustentáculo da família, dia e noite em vigília Para a família criar e alimentar Pai de face esperançosa pro dias melhores Corre de um lado a outro
Corre e volta ao seu lar
Pai que tantas noites não dormiu Pensando em algum problema familiar
Pensar e resolver é sua missão Servir de exemplo, mostrar os bons caminhos
Trilhar junto ao filho, conduzir a prole
Acompanhar a esposa na educação
filial
Seguir com cabeça pensante e olhar constante
Ver a vida e direcionar os filhos
Pai como você é importante para nós Importante de fato, importante demais
Pai, pai, papai...
 
AUTOR: Sargento CLÁUDIO
CASSIMIRO DIAS-ALJGR/PMMG.





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A HISTÓRIA DA CANÇÃO DO SOLDADO

 
A Europa vivia o início da primeira conflagração mundial e o Brasil, embora distante do teatro da guerra, necessitava fortalecer o seu Exército, não só diante do que ocorria no velho continente, cujas consequências já eram sentidas aqui, mas também por questões internas. 
  A propaganda de guerra desenvolvida pelos dois blocos beligerantes suscitou discussões em torno da nacionalidade, e essas propiciaram ao governo as condições favoráveis para - entre outras medidas - tirar do papel a lei do Sorteio Militar, promulgada em 1908.
  Avivar os sentimentos patrióticos dos jovens, especialmente daqueles de classe social mais alta, para aproximá-los da causa cívica, fazia parte do programa de remodelação do Exército, já desencadeado pelo Estado.
Além da ameaça externa, as dissensões políticas e os tumultos civis internos que ainda marcavam a jovem república brasileira, tornavam nítida a necessidade da organização de um exército forte, disciplinado e competente, capaz de impor-se pela participação no desenvolvimento do país e na formação da consciência nacional. Para consolidar o programa era necessário um movimento de opinião, uma campanha de convencimento, à qual foi chamado a participar o poeta Olavo Bilac, que iniciara em 1915 os seus primeiros discursos nesse sentido.
Criada a Liga de Defesa Nacional, Bilac eletrizou o país fazendo conferências e proferindo discursos para estudantes e militares, numa cruzada pela conscientização da juventude. 
Foi naquele clima de entusiasmo nacionalista criado não só pela propaganda do Estado, mas também pelo fantasma da guerra, que um Sargento Telegrafista do
Primeiro Batalhão de Engenheiros teve os seus sentimentos cívicos alvoroçados pelos acordes de um dobrado de autoria desconhecida que escutou no Rio de Janeiro, e   resolveu dar-lhe uma letra.  Com os seus versos nasceu a primeira canção militar brasileira, que ele intitulou Da Pátria Guardas. “ Em 914 ou 15 eu conheci, tocado pelas bandas do Rio, um dobrado muito bonito. Melodia alegre e marcial em todas as suas três partes. Amante da boa música, fiquei querendo-o bem. Chamava-se Capitão Cassulo. Como seria bonita uma canção militar com aquela melodia suave e comunicativa! Dei-lhe, pois, uns versos que falavam com certa insistência da sublime missão do soldado em seu apostolado cívico. Destacava-o como guarda permanente da Pátria. ” (Letra da Canção do
Soldado autografada pelo Ten.
Cel. Alberto A. Martins).
São palavras publicadas em maio de 1949, na Revista do Clube Militar - sob o título Erro
Legislativo - pelo autor dos versos da conhecida Canção do Soldado, o   curitibano Alberto Augusto Martins, nascido em frente ao antigo Fórum, na avenida Marechal Floriano Peixoto. 
Com a execução do Sorteio Militar - escreveu Martins - o Exército passou por profunda modificação em sua estrutura.  Era necessário preparar cenário adequado para os novos soldados. E a canção militar foi um grande veículo dessa inteligente propaganda. ”
Difundido pelo rádio, executado pelas bandas militares de todo o país, incorporado pelo Exército e pelo povo, o dobrado ganhou popularidade nacional.
Não poderia supor o então sargento Martins, que os seus versos viriam a lhe causar aborrecimentos.
Com a popularidade da canção, vieram as apropriações. Em São Paulo, tomou o nome de
Canção do Soldado Paulista, no Rio Grande do Sul e em Minas, chamaram-na de Amor Febril, nas publicações militares passou a chamar-se Canção do Exército, de autoria anônima. Recebeu também adendos obtusos, além de aparecer como sendo obra de um sr. F. Fonseca - observou Euclides Bandeira, a quem
Martins se queixou por carta: Minha canção, apenas divulgada, foi adulterada! 
Pelo jornal Diário da Tarde, de Curitiba, mais de uma vez Bandeira referiu-se   à canção, reclamando da omissão do nome de Martins como autor dos versos e contra as impropriedades adicionadas às suas rimas.
Também indignado com os erros com que era citada a canção no hinário do Exército, seu superior hierárquico, o capitão José Azevedo da Silveira
Sobrinho, escreveu para o jornal A Noite, do Rio, esclarecendo definitivamente a autoria dos versos.
Com o reconhecimento alcançado graças ao gesto do seu capitão, Martins ganhou os apelidos de “Pátria Amada” e de “Amor Febril”, que não o incomodavam. Os que o
conheceram dizem que era de trato fácil e agradável, e até mesmo que gostava dos apelidos.
Talvez o incomodasse mais a curiosa paródia que um humorista carioca fez dos seus versos e que se tornou tão popular
entre estudantes quanto as rimas originais.   
O que realmente angustiava o sargento Martins era desconhecer o nome do autor da melodia. E conviveu quase 30 anos com a curiosidade de saber com quem partilhar o sucesso da canção, o que veio a acontecer na década de quarenta, de forma inusitada. Residindo no Rio, sabia apenas que o autor não seria de lá.  Se o fosse, não teria permanecido incógnito por tanto tempo, diante do sucesso que a canção alcançou.
Na busca do autor, Martins consultou um conhecido compositor popular e colheu o nome provável de um músico militar pernambucano, já falecido, que ele anotou com carinho: Euclides da Costa Maranhão.  Era apenas uma possibilidade.
Com a declaração de guerra, em 1942, Martins substituiu alguns versos e acrescentou outros doze à poesia original, adaptando-a ao momento histórico. Com eles, a canção tomou novo impulso e embalou os já exaltados sentimentos de patriotismo dos soldados brasileiros, que teriam importante participação no conflito. (Ao lado, o Ten. Cel. Alberto Augusto Martins, autor da letra da Canção do Soldado).
Passados quase trinta anos do sucesso, surgiu em Belém do Pará, durante a guerra, o músico
Teófilo Dolor Monteiro de Magalhães, reivindicando a autoria da canção, que teria composto em 1911, segundo afirmou.
Ao tomar conhecimento da revelação daquele músico, Martins procurou-o imediatamente e, apesar da má impressão que teve de Teófilo (que alegou ter perdido os documentos e a partitura da
música durante um
naufrágio)  “...acreditei nele” – disse  em carta ao jornalista Saul Lupion Quadros -” e procurei auxiliá-lo naquilo que julgava ser sua reabilitação como notável músico”.
Militar patriota, cidadão cordato e correto, incapaz de supor que alguém fosse capaz da vilania de intitular-se autor daquilo que não produziu - especialmente tratando-se de um louvor cívico - Martins acreditou de boa-fé estar diante do compositor do Capitão Cassulo. Com a ajuda de Martins, Teófilo conseguiu junto à empresa fonográfica Odeon o registro do seu nome como compositor do célebre dobrado.
Difundido pelo rádio para todo o país – com Teófilo agora citado como autor - não demorou para que surgissem protestos vindos de Pernambuco, contestando aquele músico e reclamando a autoria da canção a um músico daquele Estado.
Estava criada a polêmica.
Teófilo insistiu na autoria e, quanto mais insistiu, sem prová-la -, mais se fizeram ouvir os protestos dos pernambucanos.       Por fim, foi encontrada no Recife, datada de 1909, a partitura original da melodia, do próprio punho do autor: o modesto músico militar pernambucano, Euclides da Costa Maranhão.  Aquele mesmo precioso nome que eu um dia recolhi e guardei carinhosamente  registrou Martins em seu artigo.
Mas a revelação do nome do verdadeiro autor não colocou ponto final na trajetória polêmica da canção. 
Depois de ter banido da memória o episódio, foi com espanto que Martins deparou em jornais de maio de 1948, com a seguinte notícia: “Câmara dos Deputados – presentes 185 deputados, teve início a ordem do dia com o Projeto no. 387-B, que concede uma pensão mensal de mil cruzeiros a Teófilo Dolor Monteiro de Magalhães, autor da Canção do Soldado.”
Indignado com a pretensão absurda, Martins redigiu o artigo Erro Legislativo e encaminhou-a à Revista do Clube Militar, historiando os fatos e desmascarando a fraude, na tentativa de evitá-la.  Seu artigo, no entanto, só foi publicado quase um ano depois - disse ele, “mercê da curiosa prática das publicações mensais quando atrasadas, de não darem saída a qualquer matéria, embora de cunho relevante,  senão na tiragem corresponde  ao mês em  que  o trabalho foi entregue à redação. E assim, a calamidade não foi evitada.”
Em carta dirigida ao diretor do jornal O Dia, em outubro de 1959, pela qual agradece ao jornalista Saul Lupion Quadros as palavras que ele escreveu sobre a canção, Martins  esclarece  que a pensão foi concedida, apesar  da manifestação contrária do então deputado Café Filho, que apresentou em plenário um memorial  da família de Euclides Maranhão  provando ser ele o verdadeiro autor da canção. E, com um travo de amargura Martins encerra a carta, dizendo: Por isso tudo, meu amigo, e em consequência de fato considerado de elevado sentido moral e cívico, temos como pensionista do
Estado um reles usurpador.”
Ao abordar a canção em um de seus artigos escrito antes do episódio da fraude, Euclides Bandeira parece antever a reação dos pernambucanos, ao dizer: Ahí fica o reparo. O de que precisamos é, como em 1914-15, repetir: Nós somos da Pátria guardas.

               Ciro Correia França 
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