sexta-feira, 17 de janeiro de 2014

ACADEMIA OURO-FINENSE DE LETRAS E ARTES MINEIRAS SOLENIDADE DE POSSE DO ACADÊMICO-MÉDICO DR LEONARDO PIOVESAN MENDONÇA-CADEIRA 10-PATRONO:JOÃO BELLINE BURZA


VALE A PENA OUVIR AS ENTREVISTAS...

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CONVITE PARA A SOLENIDADE EM OURO FINO- MINAS GERAIS

ACADEMIA OURO-FINENSE DE LETRAS E ARTES MINEIRAS
SOLENIDADE DE POSSE DO ACADÊMICO-MÉDICO DR LEONARDO PIOVESAN MENDONÇA-CADEIRA 13-PATRONO:JOÃO BELLINE BURZA

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Homenagem-acróstica Nº 5473
Por Silvia Araújo Motta/BH/MG/Brasil

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A-Academia Ouro-finense de ARTES E LETRAS

C-Comemorou em maio/2013, 20 anos de Fundação!

A-A Presidente Cecília Rivelli incrementou o Projeto

D-Do PEGA E LEVA: concretizou culta idealização:

E-Em quatro pontos da cidade de OURO FINO/MG,

M-Muitos livros foram recolhidos e distribuídos,

I-Incentivando a leitores e ledores de toda população!

A-Atividades várias promovem em prol da arte e cultura,

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O-Organizadas, entre as parcerias desta localidade,
U-Unindo esforços com entidades de comunicação,
R-Referências empresariais e outras associações,
O-O comércio, a indústria e da municipalidade,
F-Fazendo integrações com a Rádio Difusora,
I-Indicando programações para a Gazeta e Mídias.
N-Nas TRINTA CADEIRAS, Membros Titulares são
E-Escolhidos por Mérito Curricular, eleição e aprovação;
N-Na verdade, buscam a valorização dos Escritores:
S-Suas habilidades artísticas, dons da prosa ou poesia!
E-Estão de parabéns, todos SEUS PARTICIPANTES!
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D-Da CAPITAL de nossas Minas Gerais, as alegrias
E-Engajadas aos mesmos IDEAIS ACADÊMICOS
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L-Latentes, pretendemos somar às BELAS ARTES
E-E LETRAS mineiras de Ouro Fino, ritmos cantantes;
T-Temos na pauta do SOL MAIOR sociocultural,
R-Razões de sobra para afinar uma pura sinfonia!
A-Abraços aos Acadêmicos, mas especialmente,
S-Somos portadores de efusivos cumprimentos para
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E-Este neoacadêmico, que hoje ocupa a Cadeira 13,
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A-Alcandorada do Patrono João Belline Burza,
R-Reconhecido Tio-avô-italiano e sua sucessora
T-Tia-avó Julieta Burza: saudações ítalo-brasileiras!
E-Essa avó Mariana, o Pai J.Carlos, a Mãe Ana Luíza,
S-Seus irmãos Alexandre e Heloisa, tios, parentes, amigos,
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M-Muito felizes, também, juntos podemos brindar:
I-Inesquecível imortal, ao lado de sua amada esposa, a
N-Nossa querida Dra. Keila e Maria Luísa, Ivone, Karla...
E-Em nome do Clube Brasileiro da Língua Portuguesa,
I-Irradiando em constelações internacionais da ANICAL,
R-Reconhecemos seus valores-prosadores-acadêmicos:
A-Aqui estamos, como Presidente-Fundadora da ALB-MG
...e Diretora Institucional da Academia de Letras do Brasil,
S-Sensibilizados, ao Juramento Solene sob a bênção divinal:
---PARABÉNS ACADÊMICO-MÉDICO-DOUTOR
LEONARDO PIOVESAN MENDONÇA-Cadeira Nº 13,
na Academia Ouro-finense de Letras e Artes/MG,
Sábado, dia dezoito de janeiro de 2014.
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Email:clubedalinguaport@gmail.com
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http://www.recantodasletras.com.br/acrosticos/4653522
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http://academiadeletrasdobrasildeminasgerais.blogspott.com.br/2014/01/academia-ourofinense-de-letras-e-artes.html

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(*) Sílvia Araújo Motta-Profa.Dra.Filosofia/Pedagogista/Profa. de Língua e Literatura /Português/Inglês/Psicologia; Comendadora/Grão Colar/Chanceler/Embaixadora Cultural e da Paz/France/Suisse/Chile;autora de 43 livros-solo em 4 idiomas.400 Sonetos clássicos.Pertence a 27 Academias de Letras, Artes e Ciências no Brasil e exterior..Participação em mais de cem Antologias de publicações coletivas.Rainha dos Acrósticos com sete mil poemas-acrósticos publicados.

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DISCURSO PROFERIDO PELO NEOACADÊMICO:
Dr. Leonardo Piovesan Mendonça
Em Ouro Fino-MG , SÁBADO, dia 18 de janeiro de 2014-01-22
Local: Academia de Ouro-Finense de Letras e Artes

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Excelentíssimas autoridades presentes
Exma Prof. Cecilia Rivelli, Presidente da AOLA
Nobres Acadêmicos,
Queridos familiares e amigos
Senhores e Senhoras
É para mim motivo de grande júbilo estar aqui nesta memorável noite. Sinto-me honrado e agradeço a todos os membros da Academia-Finense de Letras e Artes que me honraram com seu voto, possibilitando que eu acedesse a esta Casa para nela ocupar a cadeira de número 13 do inesquecível patrono Dr. João Belline Burza, ocupada pela estimada e saudosa Julieta Burza, que nos deixou há pouco menos de um ano.
Farei de minhas palavras uma singela homenagem a meus antecessores. Singela, pois descrever toda trajetória destes imortais seria tarefa para longas e intermináveis horas a fio.
Muitos aqui tiveram a feliz oportunidade de conviver com o Dr. Burza. Agasalho em minha memória, as longas tardes que, durante a minha infância, com ele conversava, descobrindo mundos infinitos, autores e ideias. Quando frequentava sua residência, ficava encantado com tamanha informação em seu consultório, tantas obras literárias, quadros, esculturas, figuras e teorias retratadas em telas. Imaginava como alguém poderia ser dotado de tamanho conhecimento. Mal sabia que diante de mim estava um gênio e revolucionário. Um dos maiores cientistas e humanistas do século XX.  Falar do Dr Burza é transcender. Homem de bondade inexcedível, amante da poesia, pacifista, cativava a todos que dele se aproximavam.
Filho de pais imigrantes italianos que se estabeleceram no inicio do século passado em Ouro Fino, nasceu em 18 de Novembro de 1918. Seu pai Antonio era Alfaiate. Sua Mãe Luisa, professora de piano.  Fez seus estudos primários e secundários nestas terras. Por influência de sua mãe, aprendeu violino e saxofone. Formou-se em 1945 pela Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP), teve intensa participação na vida universitária, política e científica.
Tornou-se médico assistente da Clínica Neurológica do Hospital das Clinicas, fundou e dirigiu um grupo de estudos sobre a Teoria de Pavlov, Prêmio Nobel em Fisiologia, reunindo estudantes e médicos vivamente interessados nas idéias do pai dos reflexos condicionados. Em viajem a URSS, na década de 50 recebeu do Instituto Pavlov o título de "Doutor em Ciências Médicas”, com a tese "Análise Fisiológica dos Sonhos”. Foi o primeiro estrangeiro a receber este título naquele pais. Visionário, Idealizou em 1959 a fundação de um Instituto do Cérebro. Engajado na política, pela inconformidade com as diferenças sociais, e acreditando na transformação social e igualitária da sociedade, era membro da alta cúpula do Partido Comunista.  Após o golpe militar de 64, foi condenado a prisão por 07 anos no processo denomidado “Carderneta Prestes”.  Conseguiu fugir a tempo depois de inúmeras peripécias, dignas de um filme Hollywoodiano e, com a ajuda de amigos, viajou clandestinamente para a Europa, onde exiIou-se na União Soviética. No dia 07 de Abril de 1964, sua casa na rua Ceará em São Paulo, foi devastada, invadida, tomada pelo ódio e carnificina dos agentes militares.  Saquearam Obras de arte presenteadas,  entre as quais pinturas de artistas de renome internacional, como Di Cavalcante, Djanira, Tarsila do Amaral, desenhos de Oscar Niemayer, esculturas de Bruno Giorgio, livros e documentos. Todos os seus pertences foram amarrados em lençóis e, como butim de guerra ou assalto, levaram o resultado do saque para as dependências do órgão militar/policial da autarquia federal responsável pela repressão política.
Exilado, por quase 10 anos trabalhou na cátedra de fisiologia do Ministerio da Saúde da URSS, com o então consagrado mundialmente académico Anokhin. Tornou-se um de seus principais colaboradores e amigo, participando diretamente de todo o plano de estudos e pesquisas sobre a teoria do Sistema Funcional (a Neurocibernética).  Foi membro brasileiro do Conselho Mundial da Paz. Participou de inúmeras conferências europeias contra a guerra do Vietnã e de congressos sobre a paz na Índia, na República da Guiné, no Sudão, no Cairo e em Estocolmo. Conferenciou com Indira Gandhi entre outros renomados pacifistas.
Em março de 1974, resolve voltar ao Brasil, que vivia ainda nas trevas do obscurantismo e da ditadura. Aqui chegando, foi preso, ao descer da aeronave, na escada do aeroporto de Viracopos, na presença de seus familiares e de uma multidão de amigos e conterrâneos.  Recolhido à prisão do famigerado DOI-CODI,  sofreu terríveis torturas físicas e psicológicas. Nos porões da Ditadura, foi ameaçado de todas as maneiras possíveis, onde muito se abusou do sadismo psicológico para quebrantar-Ihe as forças. Mas nada conseguiram. Burza manteve o silêncio e a submissão.  Viveu cada momento de injustiça sem um laivo de raiva ou de ódio. Ameaçavam a todo instante queimar seus estudos originais, o trabalho de 10 anos em 10 segundos. Após inúmeras démarches e com a ajuda de amigos que solicitaram apoio de conhecidos dentro do exército, foi Iibertado. Debilitado, emagrecido e devastado se reestabeleceu daqueles dias de horror e medievalismo na residência de seu amigo Nuncio Carelli. 
João Belline Burza sempre foi fiel aos valores democráticos. Pode parecer
estranho a afirmativa, pois ele pertencia ao Partido Comunista e isso em
época de Guerra Fria parecia ser a adesão ao totalitarismo. Não era assim
que Burza encarava o socialismo nem a vida. Rebelava-se contra a miséria e a
falta de oportunidades econômicas que prevaleciam nos países
subdesenvolvidos, mas acreditava que não havia contradição entre a procura
de uma sociedade mais justa e as liberdades democráticas. Ilusão? Pode até
ter sido, mas de total boa fé.
Sua vida ilibada, a firmeza de suas convicções e seu companheirismo marcaram a trajetória deste médico e humanista. Todos que privaram com ele sabem o quanto foi injustiçado por governos incapazes de aceitar o pluralismo democrático e que confundiram convicções com ações deletérias, que Burza nunca as teve.  Humilde, bondoso, santificado por alguns, crucificado por outros, não tinha gana pelo poder, mas sim pela transformacao da sociedade. Acreditava que todos tinham os mesmos direitos e poderiam aspirar por seus desejos com as mesmas oportunidades.
Graças a homens como o Dr. Burza estamos aqui hoje, vivendo a liberdade. Apesar de todos os percalços que ainda enfrentamos na esfera política, os escândalos de corrupção, o coronelismo, nossa crise de identidade nacional e internacional, os problemas sociais, a violência fora de controle, a miséria e a fome, a educação em retrocesso e a saúde septicemica a beira da morte, somos livres e podemos pleitear por mudanças, ser ouvidos pelo clamor das ruas em manifestações democráticas e pacificas! 
Dr Burza foi considerado anistiado político post mortem pelo Ministério da Justiça em 18/11/2009 e seus familiares receberam do governo brasileiro apenas o pedido formal de desculpas. Até os dias de hoje sua obra, publicada em 1986, “Cerebro, Neurônio e Sinopse: Teoria do sistema funcional” é referência nos estudos de neurofisiologia, psiquiatria, cibernética, antropologia, sociologia e psicologia.
Falar de Julieta Burza é uma tarefa tão difícil quanto a de falar sobre seu irmão. Seu curriculum vitae invejável, professora, advogada, pianista, concertista, rainha dos estudantes, Presidente da Irmandade das Filhas de Maria, paraninfa por mais de 25 anos do Curso de Magistério da tradicional Escola Normal de Ouro Fino e de outras escolas que lecionava. Seus dons artísticos, sua religiosidade, sua energia e poder de agregar tantos valores, seu amor pela vida, sua personalidade, são impares. Julieta cativava todas as gerações. Tinha o poder de transformar o singelo em grandioso. Quantos discursos, eventos cívicos e religiosos que organizou com tanto esmero. Amava e elevava sua terra a tons apoteóticos. Chegou a patamares inimagináveis, com recitais musicais para o Papa, conferências particulares com autoridades eclesiásticas brasileiras e mundiais, tinha amplo acesso a políticos e grandes nomes nacionais, como o ex-presidente FHC, seu afilhado de casamento. Todos a admiravam e respeitavam. Condecorada com medalhas e premiações, em âmbito municipal, estadual e federal, A ordem do mérito da Defesa, entregue pelas mãos saudosas do Ex-Vice-Presidente José Alencar,  Julieta ainda tinham caminho para mais prêmios.   
Sofreu com a barbárie que fora atrocidado seu querido irmão. Foi testemunha de todos os atos de incompreensão, brutalidade e violência, praticado pela ações de homens que representavam o governo autoritário e antidemocrático. Teve sua casa invadida e sua alma esfaqueada. Quando dedilhava ao piano, com suas mãos delicadas, celestiais, dotada de tamanha emoção a canção de João Bosco, o Bêbado e Equilibrista, estava sim retratando sua história! O luto, as estrelas frias, as noites escuras e sem brilho no horizonte das montanhas! Seus dias eram marcados pela saudade, e pela esperança na volta de seu irmão, que havia partido como um rabo de foguete! Chorava como Marias e Clarisses, assim como tantas irmãs, mães e pais, que nunca mais tiveram notícias de seus entes queridos. Mas soube que tanta dor assim pungente, não foi inutilmente.
E Julieta, assim como todo artista, continuou com seu show, entre graves e agudos, sustenidos e bemois, até o descerrar das cortinas, do espetáculo que foi sua vida.
Em uma sociedade tão carente de ídolos e referencias, onde os valores cultivados são a beleza a todo custo, a fortuna, o exibicionismo, o sucesso momentâneo, a exposição em câmeras 24 horas, os posters em redes sociais, Ouro Fino é privilegiado por ter como filhos e imortais João Belline e Julieta Burza. Estes são os verdadeiros ouros de nossa terra! Idolatra-los é mostrar a nós mesmos e a todos que o que importa é o culto permanente à cultura, as artes, a ciência, à língua, à paz, à liberdade e à dignidade humana, valores que se servem de nós, mortais, para permanecerem imortais.
Quero homenagear também nesta noite minha querida Avó Mariana. Exemplo de bondade, educação, altruismo, religiosidade, dedicação, equilíbrio e sabedoria. Não podia ser diferente, pois fora criada no mesmo berço de João Belline e Julieta. Zizi, carinhosamente chamada por todos, tem um traço de cada um de seus irmãos, constituindo assim uma personalidade única e iluminada. Espelho em suas atitudes e hábitos para um dia chegar, se Deus permitir, aos meus 90 e poucos anos com tanto vigor e amor pela vida!
Agradeço aos meus pais, José Carlos e Ana Luiza, por minha educação e valores, por minha formação moral e ética, pelos ensinamentos, pela presença marcante nos momentos de alegria e de dificuldade, e por me proporcionarem todas as oportunidades que me trouxeram até aqui.  Como pai, hoje sei o quão difícil é a tarefa de educar! E é na educação dos filhos que se revelam as virtudes dos pais! Não existe valor algum que possa retribuí-los por tão nobre e cumprida missão!


Quero agradecer a minha esposa Keila. Ela é a grande responsável e incentivadora de meus passos. Seu amor, compreensão, apoio e companheirismo, são os pilares que sustentam meus sonhos e conquistas. Ela me proporcionou o privilégio de ser pai. Maria Luisa, nossa filha e princesa, é um presente que Deus bondosamente nos agraciou. Sua doçura e alegria são imensuráveis! O sorriso e o brilho de seus olhos são o reflexo de nossa alma, da continuidade de nosso ser!

Agradeço também a presença de meus familiares, minha irmã Heloisa, meus tios e tias, primos e primas, agregados, da família Mendonça e Piovesan.  Da Capital Mineira contamos com a ilustre e honrosa presença de minha sogra, Sra. Ivone Carvalho, acompanhada de nossa amiga a imortal Silvia Araújo Motta, que fundou a seção Minas Gerais da Academia de Letras do Brasil, poeta, presidenta-idealizadora-Fundadora do Clube Brasileiro da Língua Portuguesa/ANICAL; autora de mais de 7 mil poemas, e muitas outras titulações e condecorações que alongariam merecidamente sua apresentação. 

A vida é movida por desafios e sonhos. Sem eles estariamos estagnados, fadados ao conformismo. Encaro o desafio de ocupar este lugar honroso na academia ouro- finense de letras como um meio de sensibilizar e propagar as gerações atuais e futuras os princípios e as grandezas de meus antecessores, contribuindo assim para o desenvolvimento cientifico, moral, social, político, cultural e artístico de nossa terra.
Aqueles que privaram com a família Burza, se recordam que para Julieta, Marilú e Joãozinho, todo encontro era motivo para comemorar e celebrar. Marilú transformava uma simples visita, em um banquete, digno de reis e rainhas. E eram assim com todos, desde os ilustres aos mais humildes. Portanto, vamos homenageá-los e seguir seus exemplos, fazendo deste nosso encontro um momento para brindar, celebrar a vida e agradecer a Deus!
Tenho dito.
Leonardo Piovesan Mendonça
Neoacadêmico-Cadeira 13-AOLA-Ouro Fino/Minas Gerais/Brasil.

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